- Olha se não é o nosso amigo inspector Carvalho. Boa noite! Como passa o amigo?
- Boa noite Sr. Carlos da Ega, bem muito obrigado graças a Deus. E o amigo? À algum tempo que não o via. Mme. Kopashi, como está?
- Muito bem, obrigado. Faça o favor de se sentar e fazer-nos companhia. E a Sra. Dna. Hermínia, como vai?
- Muito bem obrigado. Tem perguntado por si.
- Um destes dias vou visitá-la.
- Ainda bem que os encontro juntos porque há um assunto que gostaria de falar com ambos…
- Sempre a trabalhar Inspector. O bem-estar da Nação não lhe dá descanso. Mas diga! Não se acanhe.
- Julgo que ambos conhecem o Alm. “Horty”…
- Eva é que o conhece. Eu apenas sei quem é. Continue…
- “Nicholas Horty” foi durante muitos anos regente do Pais da nossa amiga, desde a derrota da insurreição comunista de “Bela Kun” em 1919. Colaborou com “Hitler” mas acabou por ser preso. Com o fim da guerra foi libertado e está no Estoril desde 1948.
- Foi a minha ideia de poder durante toda a minha vida. Tinha uma relação próxima com o meu falecido marido enquanto vivemos na Hungria.
- Tem-no visto Mme. Kopashi?
- Apenas em público. Não nos últimos meses… A sua saúde não é a melhor tanto quanto sei…
O nosso amigo não dizia nada ao acaso. No entanto parecia ter alguma dificuldade em debater certos assuntos com Eva, embora pelos vistos necessitasse dela na conversa.
- É de facto um homem doente. No entanto preocupam-me mais as pessoas que gravitam à sua volta. Como calcula, durante o tempo da “colaboração” com os alemães, houve boas relações entre gente das duas partes, inclusivamente por causa da questão dos Judeus…
- …
- Não sei se sabe mas depois da guerra muita dessa gente passou a “trabalhar” para os Russos, tanto Húngaros como Alemães…
- E para cá Inspector, veio alguém?
- Felizmente, o nosso País esteve ao abrigo da maldita guerra graças à inteligência dos nossos governantes…
- É… de facto aqui não se passa nada. E desde que a guerra acabou, ainda menos.
- Como eu ia dizendo, têm chegado algumas pessoas que se juntaram ao Almirante. Gente que nós não temos a certeza ao que vem.
- A PIDE acha que podem estar a mando dos Russos? Pensava que esses vinham através da embaixada…
- Pode não ser o caso mas gostaríamos de ter a certeza.
- Em que é que o amigo acha que podemos ser úteis à Nação?
- De várias maneiras. A Mme. Kopashi podia eventualmente ter ouvido qualquer coisa dos seus compatriotas, algum comentário, bem como o amigo através do seu amigo “Steve Gordon”.
- Eu sou um humilde desempregado, inspector. Não me meto em politica. Porque é que não lhe pergunta directamente? As vossas relações são cordiais…
- São assuntos internos. Não vamos perguntar a opinião a um estrangeiro…
- Não podemos admitir que os Britânicos saibam melhor do que nós o que aqui se passa? Eu também não acho. No entanto se souber de alguma coisa, pode ficar descansado.
- Bom, vou retirar-me. Não os maço mais.
- A sua presença é sempre agradável Inspector. Tenha uma boa noite.
Sempre achei que o nosso amigo tinha a “mania da conspiração”. No entanto hoje tinha falado mais do que o costume e por iniciativa própria. Via-o a deambular pela sala e perguntava-me o que o teria levado a ter aquela conversa connosco. Acharia que tínhamos algo a ver com o assunto e estaria a avaliar? De certeza sabia mais do que tinha contado. Toda a gente sabia que os alemães que cá estavam durante a guerra não se tinham entregue, com a bênção das nossas autoridades.
- Boa noite Sr. Carlos da Ega, bem muito obrigado graças a Deus. E o amigo? À algum tempo que não o via. Mme. Kopashi, como está?
- Muito bem, obrigado. Faça o favor de se sentar e fazer-nos companhia. E a Sra. Dna. Hermínia, como vai?
- Muito bem obrigado. Tem perguntado por si.
- Um destes dias vou visitá-la.
- Ainda bem que os encontro juntos porque há um assunto que gostaria de falar com ambos…
- Sempre a trabalhar Inspector. O bem-estar da Nação não lhe dá descanso. Mas diga! Não se acanhe.
- Julgo que ambos conhecem o Alm. “Horty”…
- Eva é que o conhece. Eu apenas sei quem é. Continue…
- “Nicholas Horty” foi durante muitos anos regente do Pais da nossa amiga, desde a derrota da insurreição comunista de “Bela Kun” em 1919. Colaborou com “Hitler” mas acabou por ser preso. Com o fim da guerra foi libertado e está no Estoril desde 1948.
- Foi a minha ideia de poder durante toda a minha vida. Tinha uma relação próxima com o meu falecido marido enquanto vivemos na Hungria.
- Tem-no visto Mme. Kopashi?
- Apenas em público. Não nos últimos meses… A sua saúde não é a melhor tanto quanto sei…
O nosso amigo não dizia nada ao acaso. No entanto parecia ter alguma dificuldade em debater certos assuntos com Eva, embora pelos vistos necessitasse dela na conversa.
- É de facto um homem doente. No entanto preocupam-me mais as pessoas que gravitam à sua volta. Como calcula, durante o tempo da “colaboração” com os alemães, houve boas relações entre gente das duas partes, inclusivamente por causa da questão dos Judeus…
- …
- Não sei se sabe mas depois da guerra muita dessa gente passou a “trabalhar” para os Russos, tanto Húngaros como Alemães…
- E para cá Inspector, veio alguém?
- Felizmente, o nosso País esteve ao abrigo da maldita guerra graças à inteligência dos nossos governantes…
- É… de facto aqui não se passa nada. E desde que a guerra acabou, ainda menos.
- Como eu ia dizendo, têm chegado algumas pessoas que se juntaram ao Almirante. Gente que nós não temos a certeza ao que vem.
- A PIDE acha que podem estar a mando dos Russos? Pensava que esses vinham através da embaixada…
- Pode não ser o caso mas gostaríamos de ter a certeza.
- Em que é que o amigo acha que podemos ser úteis à Nação?
- De várias maneiras. A Mme. Kopashi podia eventualmente ter ouvido qualquer coisa dos seus compatriotas, algum comentário, bem como o amigo através do seu amigo “Steve Gordon”.
- Eu sou um humilde desempregado, inspector. Não me meto em politica. Porque é que não lhe pergunta directamente? As vossas relações são cordiais…
- São assuntos internos. Não vamos perguntar a opinião a um estrangeiro…
- Não podemos admitir que os Britânicos saibam melhor do que nós o que aqui se passa? Eu também não acho. No entanto se souber de alguma coisa, pode ficar descansado.
- Bom, vou retirar-me. Não os maço mais.
- A sua presença é sempre agradável Inspector. Tenha uma boa noite.
Sempre achei que o nosso amigo tinha a “mania da conspiração”. No entanto hoje tinha falado mais do que o costume e por iniciativa própria. Via-o a deambular pela sala e perguntava-me o que o teria levado a ter aquela conversa connosco. Acharia que tínhamos algo a ver com o assunto e estaria a avaliar? De certeza sabia mais do que tinha contado. Toda a gente sabia que os alemães que cá estavam durante a guerra não se tinham entregue, com a bênção das nossas autoridades.
2 comentários:
Hummmmm....isto por aqui, algures... está lindo!...e que delícia ouvir o meu Miles e a minha Fran-dance.
Sinto-me muito EK ;)
Beijos e bom fim-de-semana algures perto do mar
Ah e aconselho a audição de Fran-dance no album Live at Newport de MDavis, onde Coltrane faz o solo mais impressionista da história do jazz.
Eu desejo que as deusas e os deuses...
Preparem com maior carinho o seu
presente de Natal.
E que este presente te acompanhe neste
Novo Ano e em todos que virão.
Que neste presente contenha em grande quantidade AMOR, SAÚDE, FARTURA,
PAZ e REALIZAÇÕES de seus sonhos.
Um beijo menino Marques e um Feliz Natal
Fica bem
Furia
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